domingo, 26 de setembro de 2010

PALHAÇOS DECADENTES




Decididamente a grande maioria dos seres humanos hoje, encarnados, está totalmente sem rumo em sua jornada terrena; A falta de freio e limites em seu caminhar já supera a meu ver, a tolerância e o bom senso ofertado aos desequilibrados
A certeza cega, da impunidade, aliada á atos nocivos e ilícitos contra eles mesmos e terceiros, estão no limite da fronteira entre o caos, decadência moral e espiritual.
Os tolos e cegos jovens, vem caminhando em marcha constante, em uma realidade falaciosa e pecaminosa sem precedentes, onde em nome sabe lá de qual bandeira empunham, destroem e achincalham seus pais (estes poucos ainda que restam, com valores e leis morais herdados de seus pais também), a situações impensadas e vexatórias em seu meio social.
A pseudo modernidade e permissidade que os tolos jovens de hoje comungam e praticam entre eles, fere ferozmente o mais simples preceitos e princípios de qualquer denominação religiosa ou conduta moral edificante de toda a civilização humana (culturas) que já passou pela terra. Claro que devemos destacar que em toda a historia da humanidade, tivemos períodos decadentes e promíscuos do homem. Lembrando que mesmo, que de uma forma oculta e dolorosa e seguindo as diretrizes de uma Lei e Justiça divina é neste momento que é separado o joio do trigo.
Abstenho-me de entrar em detalhes dos fatos que vem ocorrendo, pois todo o amigo do blog tem acesso à informação e podem tirar suas conclusões.
Agora o pior esta por vir e o mais triste, acredito, é o sentimento de aversão e decepção que nós geramos, independente de nossas escolhas, por outro ser humano como nós. È triste, muito triste.
O grande circo decadente das ilusões, esta arregimentado de forma expressiva, um contingente de adeptos e novos palhaços em sua trupe infernal. Sabe qual é o perfil deste novo palhaço?? É palhaços velhos, já fora de sintonia, idade física e acredito mental, se alistando na esbórnia, falácia e prazeres mundanos, que os encantam e alimentam. Numa falta total de noção, onde perderam a idéia real de sua idade, desejam e se igualam e o pior, supera os palhaços mais novos em sua nova diretriz alucinada.
São seres completamente sem noção, envoltos somente em baladas (é o nome que os jovens dão, as suas saídas hoje), futilidades que não mais combinam com sua pintura decadente e repulsiva facial. Eles passam a ser objetos de desejo, sexual, dos palhaços mais novos, onde tem verdadeira loucura em provar seus corpos já marcados pelo tempo e usar seus tostões acumulados, sabe lá de que forma.
Estes loucos palhaços velhos, não se dão conta, que seu tempo passou e seus familiares e amigos (verdadeiros e íntegros) do passado, vive uma realidade careta e retrograda a seus olhos cobertos pelo pus da ilusão. E hoje ele em sua decadência moral, é o astro rei em seu universo paralelo e asqueroso.
Pois digo, aos palhaços:
Não existe perdão, não existe liberação e isenção de culpa, sobre atos e atitudes cometidas, contra você mesmo e outros seres humanos, que um dia lhe devotaram algo.
Pois os loucos palhaços, drogados pelo ópio de seus valores degradantes se esquecem do acerto de contas. E não digo do acerto dos homens encarnados, onde tudo pode ser mutável, manipulado ou orquestrado; mas sim no acerto divino e seus executores.
Onde seus atos serão pesados e cobrados e ai sim, dependerá mais que tudo do perdão de suas vitimas, para tentar sair dos ditames da lei. Este é o sagrado, este é o divino, é isto que nos torna todos iguais.
O período de tempo encarnado e muito curto, o mundo não para e seu momento vivo passa num piscar de olhos.
E o que você vai dizer? , onde pensa que vai se escorar? Sendo que do outro lado, tudo que você leva, é exatamente o que você é.
Ou seja, o que você vai levar, para o outro lado!!!????

GUTO CORSO

domingo, 12 de setembro de 2010

LEI DE UM GUERREIRO



1 - Um Guerreiro nunca descansa.
2 - Um Guerreiro repousa apenas quando o coração o permite.
3 - Um Guerreiro nunca desiste de lutar, mesmo que a luta lhe pareça inglória. Há sempre uma Razão Oculta que exige entrega.
4 - Um Guerreiro deve ter sempre a espada embainhada. Apenas erguê-la quando Deus lhe Pedir que o faça.
5 - Um Guerreiro não deve descurar o Escudo. Se morrer em batalha como pode ele continuar ajudando o seu próximo?
6 - Um Guerreiro, após cada batalha, deve sempre limpar e ungir a sua Espada com o Óleo do Amor Universal, para que cada luta seja sempre abençoada.
7 - Um Guerreiro nunca questiona. Vai!
8 - Um Guerreiro deve ter sempre o coração limpo para que a sua luta seja limpa.
9 - Um Guerreiro deve ter a FÉ por Bandeira e a Coragem como lema.
10- Um Guerreiro deve ter asas de Anjo, para levantar suavemente todos os que caem mesmo os que tombaram porque o feriram.
11- Um Guerreiro não pode julgar. Simplesmente cumprir.
12- Um Guerreiro para alcançar Vitória Justa, deve antes de qualquer coisa, AMAR incondicionalmente tudo e todos que honram a luz da verdade e justiça.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

VIDAS SECAS ( ou HISTÓRIA DE UMA FAMÍLIA MISERÁVEL)



“Os pobres vivem pela morte e só ela é sua única esperança”.



O drama está mais perto e bate à porta. Um sábado à tarde. A jovem de cabelos pretos, lisos e desgrenhados, pés sujos e rachados, vinha caminhando como uma autômata, empurrada pelo vento. Devia ter uns 20 anos. Entretanto, sua anemia extrema, seus olhos fundos, todos os ossos à mostra (exceto aqueles que o “short” roto e a desfiada blusa negra encobriam) teimam em lhe dar muito mais idade. O que ela conta lacera a alma, liqüefaz os olhos. (Sei: há miséria em todo canto, no mundo todo; mas, a miséria vizinha, a miséria ao vivo, em cores, colada ali, como dói...).



Antes de tudo, ela pede uma “ajuda”. Precisa juntar dez reais até antes do fim da tarde. Por quê? Para quê? Sua irmãzinha, de dois anos, estava morta desde o dia anterior, em um hospital da cidade. Conseguira o caixão com “o gerente” de uma loja comercial e agora faltava completar a “taxa do enterro”. De ontem para hoje o que conseguiu totalizava... um real (mostra as moedinhas). Já andara muito, já pedira mais ainda, não tomara café nem almoçara... nem hoje nem ontem. De que a criança morrera? Pneumonia. Não tinham dinheiro para comprar “os remédios”. Disse que foi à “farmácia do SUS”. Não tinha “remédio” pra pneumonia. Voltou, de mãos abanando. A receita tornou-se papel inútil. Esboço de óbito individual. Atestado de falência múltipla. Sequer pôde conseguir a água de coco recomendada para a criancinha. Com nada de hidratação, nada de alimentação, nada de medicação adequadas, a criança voltara ao hospital... para morrer. Morrer de fome e descaso.



O diagnóstico deveria ser “pneumonia associada a pobreza” — material e moral. Imoral.



Mas, para um pobre, desgraça pouca é bobagem. Outros dois irmãos, menores, subvivem ali numa casinha alugada, um desses desvãos da cidade. E os pais, o que fazem? O pai morreu faz três anos. A mãe é paralítica e vegeta em cima de uma cama. Recebe uma pensão mais miserável do que a vida que leva. Um salário-mínimo para pagar aluguel, água, energia... Sobram mais ou menos uns 70 reais. Se forem destinados apenas para comida, dá uma média (divididos por 30) de dois reais e trinta e três centavos por dia, embora tenha mais meses de 31 dias do que de 28. Como são quatro pessoas na casa, já descontando a irmãzinha morta, cabem 58 centavos diários para cada, a serem divididos por três refeições diárias (você, leitor, não acha que essas pessoas têm direito a café da manhã, almoço e jantar?). Pois bem: 58 centavos divididos por 3 (refeições), o resultado: 19 centavos para serem “gastos” em cada “refeição”. Quem se habilita? Quem é o mágico?



Quando é indispensável comprar um remédio, um sabão, vai faltar para o “de comer”. “Por isso — diz a moça magrinha, olhos tristes de lágrimas —, tem dias que a gente come, tem dias que a gente não come”. (A naturalidade, o olhar sem ódio, a voz sem cobrança, o tom sem indignação, a nenhuma raiva com que esses seres humanos dizem isso, meu Deus!... Que gentes, melhor, que almas são essas? De onde vêm assim, tão resignadas, tão simplórias, tão conformadas?...).



As pessoas dessa família não têm dinheiro, quer dizer, direito a merenda, roupa, calçado, remédio, educação, cultura, lazer, cinema, bombons, bolas, bonecas, frutas, vitaminas, academia de ginástica, cursos de inglês, aulas de informática, sessões de terapia, tênis para “jogging” e “footing”, computador, “videogame”, assinatura de jornal, revista, TV a cabo, bicicleta, automóvel, “jet-ski”, férias no Caribe, festa de 15 anos, aniversários... Não têm direito a caixa postal, “Internet”, “home-page”, “e-mail”... Não, essas pessoas não vivem, não estão no mapa (só o da fome), não estão no mundo. Ou, como despetala Baudelaire, nas suas “Flores do Mal”: os pobres vivem pela morte e só ela é sua única esperança.



À exceção dos períodos eleitorais (que as inclui, anônimas, no “grande elenco” do circo-teatro político), famílias abandonadas, mães paralíticas e filhos esmoleres não existem. A fruição, o gozo, o prazer terreno fecham-se para eles. A única coisa que se lhes abre é a porta da indiferença. Corações, abraços, consciências, oportunidades, bolsos, cerram-se... São tão miseráveis, estão tão abaixo da linha da pobreza que sequer têm o direito de morrer em paz. Não tem onde caírem mortos. Antes disso, antes do suspiro final, têm de fazer um último esforço, têm de sofrer a humilhação derradeira: mendigar um caixão, a taxa do cemitério, o “agrado” do coveiro.



De um jeito ou de outro, conseguem. Porque, enfim, será ali, numa cova rasa, que seus corpos, mortos, atingirão a igualdade que lhes foi negada em vida: ali todos os órgãos inermes haverão de apodrecer, suas carnes decompostas transformar-se-ão em banquete de vermes, seus líqüidos pútridos e gosmentos adubarão capins e farão florescer rosas, seus miasmas misturar-se-ão ao ar da noite que todos os vivos inalarão, e seus fantasmas e almas e o pó de seus ossos haverão de resistir até o dia do juízo final, da remissão dos pecados e, queira Deus, do começo da paz eterna.



Enquanto isso... de que sorriem os abastados abestados abostados?

P. S. - Naquela tarde, a moça magra não precisou caminhar mais.


Edmilson Sanches