Mãos de um trabalhador rural (boia fria)

Aguardarei em silencio que as portas da dor e suplicio sejam abertas a todos os porcos que se vestem sobre o manto falso da luz. Que em seus espíritos imundos e vazios, trazem a soberba, a vaidade e afrontam seus semelhantes, junto a dores sem fronteiras.
Mantenho-me lúcido até o fim de minha caminhada. Já que o escuro será minha morada.
Que o prazer de colocar a todos dentro da lei, seja eterno. Depois de ter feito sentir um a um, tudo que me ofertaram e os reduzir ao nada que são. Em nosso encontro futuro saberão o que é uma força negativada em seus nomes. Pois a lei do alto e do em baixo me dá este direito. Que eu possa por a todos sobre o fogo que será sua morada. Que sob meus pés sintam a pressão que roubará o pouco do ar fétido e úmido que conseguirão respirar.
QUE ASSIM SEJA E ASSIM SERÁ
Que vivam hoje o sonho e a força adquirida em desacordo com a luz, pois é uma força de pouca duração. Não vivemos nem um século encarnados e vocês tolos, se esquecem ou não sabem que o espírito é imortal?
Vivam, vivam sem pudor o luxo e a vaidade, a futilidade e o vazio de suas existências frívolas e a ilusão de serem intocados. De sentirem-se acima do bem e do mal. Pois eu e mais um séquito de espíritos lesados e machucados na alma, estaremos vos aguardando para cobrar nossa paz roubada. Nossas noites de sono, nosso direito a saúde, nosso direito de poder ir e vir, nosso direito de darmos o melhor aos nossos, nosso direito de darmos estudo aos nossos filhos .
Enfim tudo isso que esta em suas mãos. Aguardem em paz, se é que vai ser possível. Pois virei recepcionar a todos, para juntos irmos ao verdadeiro jardim das delicias. Aonde iremos, aí sim, viajar para o estrangeiro, que tanto vos encantam. Bem juntinhos.
RECEBAM MEU SOPRO FRIO MEUS IRMÃOS.
GUTO CORSO